terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Combate!

Ontem foi o meu regresso oficial ao ginásio. Nos últimos 4 meses fui 2 vezes... coisa que antes ia 4x/semana.
Dou muito valor ao desporto e trato-o com respeito, pelo que estabeleci uma regra: só faço actividade física quando tenho mesmo vontade. E não pensem que esta é a tal regra estratégica para não ir ao ginásio, do género: "Hoje ainda não tenho vontade, vou amanhã!"... nada dissso! Vontade é coisa que nunca, mas nunca me faltou, o facto de ser muito empenhada na execução técnica e de ver resultados sempre me fez acreditar que valia a pena... sempre tive vontade.
Acontece que nos últimos 4 meses a coisa esmoreceu, perdeu-se a vontade, perdeu-se o animo que se trazia do ginásio e este passou para último plano.
Pelo menos antes preocupava-me em fazer algo que me desse um gozo tremendo e nestes tais 4 meses não me preocupei com o que me dava gozo e com aquilo que despoletava vontade.

Ontem regressei ao ginásio... voltei a fazer uma aula de bodycombat, sim aquelas aulas que se combinam movimentos de várias artes marciais, de forma energética e altamente motivante.
Ontem, mal começa a música, os meus olhos emocionam-se... não, a alma emociona-se e os meus olhos reflectiam essa emoção. Em fracções de segundos passam-me pela cabeça todas as imagens dos últimos tempos, tudo o que me sufocou, tudo aquilo que tirou a vontade bem viva que conhecia em mim.
Ontem imaginei-te à minha frente, lá... preparados para um último ou novo round.
Imaginei-te desarmado, sem argumentos, sem justificações... um ar arrastado, braços inertes e olhar frontal... imaginei-te com medo, imaginei-te a mostrares-me o medo, não querias sair dali e revelaste isso, não fugiste.
Ontem imaginei que cada gesto meu eram para ti.

Cada pontapé trazia as verdades que sempre ignoraste. Cada soco carregava o peso de tudo o que te dei. Cada movimento carregava a dimensão dos anos passados. E cada gota de suor as lágrimas que me correram por todas as palavras que saíram da tua boca em jeito de balas.

E repeti cada pontapé, cada soco, cada golpe e movimento. Debati-me desenfreadamente. Queria ver em ti também gotas de suor, o mesmo que o meu. Não voltavas as costas, escutavas tudo...

E Libertei-me.

O vencedor (e se vencedor houve) não sentiu prazer pela vitória.

Ontem ouviste-me. Ontem sentiste no corpo tudo o que me corria nas veias. Sim, por algum motivo o meu sangue é bem vermelho, é porque eu sou apaixonada pela vida, a tal paixão com vontade. Ontem viste que é preciso ser autêntico e percebeste como é a minha vontade, a mesma tão simples que me leva ao ginásio... mas verdadeira.

Podes acusar-me de muita coisa, mas esta luta nunca foi em jeito de emboscada.
 

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