domingo, 27 de fevereiro de 2011

Boa noite!

Trocaria a memória de todos os beijos
 que me deste por um único beijo teu. 
E trocaria até esse beijo 
pela suspeita de uma saudade tua, 
de um único beijo que te dei.

Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tabuleiros

Começo a aperceber-me que há pessoas que jogam em mais que um tabuleiro. Que nãos lhes basta estarem focadas num só e procuram criar vantagem jogando noutro. E assim vejo coisas da vida como um jogo de xadrez.
É um foge foge de jogadas, um avanço e recuo nas posições, é um esbarrar nos quadrados escuros e um alcançar nos claros. Cada peça tem um valor e um movimento diferente. Cada peça somos nós, cada peça sou eu e tu. Será impensável pedir-se que o Rei perca a sua liberdade e se transforme num mero peão. Esse tem os movimentos presos mas é aquele que abre o jogo e é sério, pois nunca mas nunca volta com a sua palavra trás. Há o cavalo com o seu ar galopante, que salta por todos em jeito de não olhar a meios para atingir os seus objectivos. Já o bispo é mais valioso que o cavalo, porém, e tal como cada crença tem o seu valor, nem sempre é vantajoso trocá-lo pelo cavalo. 
A torre está associada à protecção e ao controlo, eleva-nos os sonhos e dá-nos o conforto daquilo que é nosso, sempre.
A rainha, a peça de maior valor no jogo. É a governante do tabuleiro. É uma rainha reinante, soberana e poderosa. Só há uma. Raramente é utilizada no início desse jogo por estar sempre sujeita a ser atacada por peças menores. E são esses ataques que a desgastam, que a enfraquecem deixando o seu reino descampado.
E são essas as peças que compõem a nossa vida: os peões como que se toda a gente se tratasse, amigos, conhecidos e até mesmo o que passam por nós mas que não queremos na nossa vida; os cavalos como que a força para saltarmos e desafiarmos obstáculos; as crenças, ideologias, princípios e valores que o bispo representa, a protecção e conforto da família como uma torre e o amor do nosso rei.
Xeque, Mate e empate... as 3 formas de terminar o jogo, as 3 formas que deixam a rainha só, ali, no meio daquele padrão de geometria escura e clara. Onde a única possibilidade de voltar a ver o seu reino é com o recomeço de um novo jogo, novos peões, bispos e cavalos, torres e o rei.

Mas o jogador deixou o tabuleiro, deixou lá a rainha quando as jogadas não corriam bem e virou-se para um outro tabuleiro. Um daqueles em que as peças parecem estar lá todas, onde parece serem possíveis todas as jogadas, onde nos sentimos génios... mas aí percebemos que afinal é só mais um tabuleiro. As peças são as mesmas, os mesmos peões, os mesmos bispos e cavalos, torres e o rei. Mas a estratégia pode não ser a mesma. A malícia da jogada é outra. A perícia de contornar as regras tornou-se evidente. E no final da jogada o Rei ficou em xeque...

Volta-se ao tabuleiro anterior e como se nada tivesse acontecido, colocam-se todas as peças e constrói-se novo jogo: 
8 Peões, 2 bispos, 2 cavalos, 2 torres, 1 Rei e a Rainha.




"Só quando os homens chegam a uma certa idade é que podem dizer com certeza que as mulheres são melhores do que eles em tudo - mesmo na bola, a carregar pianos, a lutar com jacarés ou nas outras coisas em que ganhávamos quando éramos mais novos e brutos e fortes.

Quando se é adolescente, desconfia-se que elas são melhores.
Nos vintes, fica-se com a certeza.
Nos trintas, aprende-se a disfarçar.
Nos quarentas, ganha-se juízo e desiste-se.
Nos cinquentas, começa-se a dar graças a Deus que seja assim.
Os homens que discordam são os que não foram capazes de aprender com as mulheres (por exemplo, a serem homenzinhos), por medo ou vaidade ou estupidez.
Geralmente as três coisas.

Desde pequenino, habituei-me que havia sempre pelo menos uma mulher melhor do que eu. Começou logo com a minha linda e maravilhosa mãe, cuja superioridade - que condescendia, por amor, em esconder de vez em quando - tem vindo a revelar-se cada vez mais. As mulheres são melhores e estão fartas de sabê-lo.
Mas, como os gatos, sabem que ganham em esconder a superioridade.
Os desgraçados dos cães, tal como os homens, são tão inseguros e sedentos de aprovação que se deixam treinar.
Resultado: fartam-se de trabalhar e de fazer figuras tristes, nas casas e nas caças e nos circos.
Os gatos, sendo muito mais inteligentes, acrobatas e jeitosos, sabem muito bem que o exibicionismo vai levar à escravatura vil.

Isto não é conversa de engate. É até um tira-tesões. Mas é a verdade. E é bonita."



Miguel Esteves Cardoso - Homenagem às mulheres

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sinto-me bem, sinto-me bonita!

Hoje é daqueles dias que me sinto bonita! Já não me sentia assim há muito tempo... e melhor ainda quando as pessoas que nos adoram nos mimam mais.
Sinto-me bem. 
E não venhas lá tu com histórias e coisinhas implicantes, daquelas que só me aborrecem e me deixam triste, porque nem hoje vou dar importância a essas coisinhas. Pode ser que amanhã volte a dar mas hoje não. 


Tudo o que me queiras dizer que não seja que sou a mais bonita, não quero ouvir!

Hoje sinto-me bem.
Sinto-me mesmo bonita!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dou-te a vantagem, tu com tudo, eu sem nada, que mesmo assim, desarmada, vou-te ensinar a perder.





Anda, desliga o cabo,
que liga a vida, a esse jogo,
joga comigo, um jogo novo,
com duas vidas, um contra o outro.


Já não basta,
esta luta contra o tempo,
este tempo que perdemos,
a tentar vencer alguém.


Ao fim ao cabo,
o que é dado como um ganho,
vai-se a ver desperdiçamos,
sem nada dar a ninguém.


Anda, faz uma pausa,
encosta o carro,
sai da corrida,
larga essa guerra,
que a tua meta,
está deste lado,
da tua vida.


Muda de nível,
sai do estado invisível,
põe o modo compatível,
com a minha condição,
que a tua vida,
é real e repetida,
dá-te mais que o impossível,
se me deres a tua mão.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Anda, mostra o que vales,
tu nesse jogo,
vales tão pouco,
troca de vício,
por outro novo,
que o desafio,
é corpo a corpo.


Escolhe a arma,
a estratégia que não falhe,
o lado forte da batalha,
põe no máximo o poder.


Dou-te a vantagem, tu com tudo, eu sem nada,
que mesmo assim, desarmada, vou-te ensinar a perder.


Sai de casa e vem comigo para a rua,
vem, q'essa vida que tens,
por mais vidas que tu ganhes,
é a tua que,
mais perde se não vens.


Deolinda - "Um contra o outro"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Combate!

Ontem foi o meu regresso oficial ao ginásio. Nos últimos 4 meses fui 2 vezes... coisa que antes ia 4x/semana.
Dou muito valor ao desporto e trato-o com respeito, pelo que estabeleci uma regra: só faço actividade física quando tenho mesmo vontade. E não pensem que esta é a tal regra estratégica para não ir ao ginásio, do género: "Hoje ainda não tenho vontade, vou amanhã!"... nada dissso! Vontade é coisa que nunca, mas nunca me faltou, o facto de ser muito empenhada na execução técnica e de ver resultados sempre me fez acreditar que valia a pena... sempre tive vontade.
Acontece que nos últimos 4 meses a coisa esmoreceu, perdeu-se a vontade, perdeu-se o animo que se trazia do ginásio e este passou para último plano.
Pelo menos antes preocupava-me em fazer algo que me desse um gozo tremendo e nestes tais 4 meses não me preocupei com o que me dava gozo e com aquilo que despoletava vontade.

Ontem regressei ao ginásio... voltei a fazer uma aula de bodycombat, sim aquelas aulas que se combinam movimentos de várias artes marciais, de forma energética e altamente motivante.
Ontem, mal começa a música, os meus olhos emocionam-se... não, a alma emociona-se e os meus olhos reflectiam essa emoção. Em fracções de segundos passam-me pela cabeça todas as imagens dos últimos tempos, tudo o que me sufocou, tudo aquilo que tirou a vontade bem viva que conhecia em mim.
Ontem imaginei-te à minha frente, lá... preparados para um último ou novo round.
Imaginei-te desarmado, sem argumentos, sem justificações... um ar arrastado, braços inertes e olhar frontal... imaginei-te com medo, imaginei-te a mostrares-me o medo, não querias sair dali e revelaste isso, não fugiste.
Ontem imaginei que cada gesto meu eram para ti.

Cada pontapé trazia as verdades que sempre ignoraste. Cada soco carregava o peso de tudo o que te dei. Cada movimento carregava a dimensão dos anos passados. E cada gota de suor as lágrimas que me correram por todas as palavras que saíram da tua boca em jeito de balas.

E repeti cada pontapé, cada soco, cada golpe e movimento. Debati-me desenfreadamente. Queria ver em ti também gotas de suor, o mesmo que o meu. Não voltavas as costas, escutavas tudo...

E Libertei-me.

O vencedor (e se vencedor houve) não sentiu prazer pela vitória.

Ontem ouviste-me. Ontem sentiste no corpo tudo o que me corria nas veias. Sim, por algum motivo o meu sangue é bem vermelho, é porque eu sou apaixonada pela vida, a tal paixão com vontade. Ontem viste que é preciso ser autêntico e percebeste como é a minha vontade, a mesma tão simples que me leva ao ginásio... mas verdadeira.

Podes acusar-me de muita coisa, mas esta luta nunca foi em jeito de emboscada.
 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Grazie Mille!

Adoro o italiano... até mais do que viver em Paris ou Londres, conseguiria viver em Itália. Acho que tem tudo a ver comigo. Cada palavra que oiço ou cada coisa que provo me faz encantar mais por este país. Qualquer das cidades que visitei vim maravilhada. Hoje voltei a ouvir a expressão Grazie Mille... acho graça!!! Fez-me viajar para o jantar de ontem. Pizzaria. Sobremesa: pizza de Nutela. Recordo-me quando estava em Milão, de ver montras a vender esta especialidade e foi quando também vi os maiores frascos deste chocolate, frascos esses de aproximadamente 30/40cm de altura.
Adoro o italiano! É doce demais.
Grazie Mille!

Quadrados e Losangos

Gosto da camisa aos quadrados. Não uma camisa qualquer, aquela verde dos quadrados. Aquela verde-escuro, cujos traçados em linhas finas amarelas e vermelhas se assemelham a caminhos que se transformam em quadrados. Caminhos que parecem não se encontrar mas que depois se unem e dão vida a uma geometria e um padrão. Ontem vestias essa camisa. Eu conheço-a faz muitos anos. Faz-te mais novo. Gosto de vê-la fora das calças, em jeito casual, faz-te mais novo, faz-te mais perto de mim. A primeira vez que a usaste tinhas umas meias iguais, o mesmo verde-escuro e as listas bem finas amarelas e vermelhas mas essas cruzavam-se em losangos.
O quadrado associamos à racionalidade, firmeza e organização. Também nos vem à cabeça a frieza, a precisão e a perfeição. Existem as pessoas "quadradas", cuja formalidade e conservadorismo imperam. Mas olhando para o quadrado vemos uma figura que se fecha, que protege, que guarda e retém. Já um losango é o símbolo heráldico ligado ao feminino que reforça a associação às imperatrizes. Heráldico, a arte de traduzir e interpretar os brasões.
Mas na realidade o quadrado é um losango, pois os seus lados possuem as mesmas medidas e as diagonais são perpendiculares. E a masculinidade do quadrado une-se à feminilidade do losango, completando-se. 
É por isso que eu gosto dessa camisa aos quadrados e das meias aos losangos. Gosto dessas linhas que se cruzam e se fecham como 2 em 1.
Gosto dessa camisa, porque te faz mais novo, faz-te mais perto de mim.

Beijar o copo cheio...

Aqui vos deixo um belo poema de Nuno Júdice. 
Como tão bem é descrito o amor. Desde a transparência e pureza do líquido inicial que nos torna tão leves e que nos leva à cabeça os melhores pensamentos de sempre mas que bebido de um trago tem a capacidade de nos amargar o paladar. É esse o sabor agridoce do amor. Daí que deve ser saboreado com o respeito e admiração da colheita especial que é.
Erguemos os copos e brindemos! 
Tchim-tchim!




"Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos, que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro."


Nuno Júdice, "Plano"

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Give me yoooooooouuuuurrr money!!!

Na passada 2feira, falei-vos da minha visita a Covent Garden (onde foi filmado o My Fair Lady). Falei-vos da praceta rodeada por pequenas lojas de souvenirs. Praceta essa que tinha uma esplanada, lotada, onde uma banda acompanhava o a degustação do chá das 5. Essa banda era clássica, violino, violão, etc... não estava só a animar, também queriam ganhar dinheiro com a venda dos seus cd's. As moedas no chapéu eram poucas, até que um dos músicos decide animar as coisas de outra forma, canta ópera, interage com o público, fá-lo apaixonar-se por ele ao ponto de ninguém lhe conseguir recusar um cd e ir à carteira buscar £10.

Desfrutem bem deste pedaço (se repararem bem, já no final do filme a senhora de vermelho coloca a nota na boca):


Benefícios Colaterais

Benefícios colaterais. Hoje ouvi esta expressão, que me deixou pensativa.
Conhecia a expressão dos efeitos colaterais, efeitos diferentes do que os principais ou diferentes daqueles que são esperados, ou melhor, efeitos secundários mas que de certo modo complementam os primeiros. Esses efeitos não são propriamente efeitos negativos, nem indesejados, podem ser benéficos.

Hoje vou falar dos benefícios colaterais que ganhamos uns dos outros. Estes acompanham-nos a partir do momentos em que nos relacionamos. Relacionamentos fugazes, profissionais, amizade, família... há sempre algo que ganhamos para além daquilo que queremos e esperamos receber dos outros, tiramos partido da atenção de alguém, do materialismo de outrem, da confiança daqui e de uns presentes dali mesmo que esses não sejam as principais oferendas. Vimos nos outros algo que nos vai dar outro alento, que nos faz levantar o ego e que vem dar razão e certeza ao que defendemos e aquilo que somos. Para além de amarmos e daquela pessoa nos fazer feliz, há uma série de benefícios que temos só pela presença daquela pessoa ao nosso lado.

Há dias que sinto mais que sou esse benefício colateral.
E é mau? Não, mas... talvez gostasse mais de não ser só um mero efeito secundário e passar a ser o efeito principal do comprimido.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Melíflua simpatia

MELÍFLUA.
(meloso, doce, suave, brando, harmonioso, cândido mas com atitude insinuante)


Gosto desta palavra. Qualquer coisa que coloquemos à frente deste adjectivo, torna-o especial, melíflua voz, melíflua tentação, melíflua rebeldia... Conhecia-a vai fazer praí 3 anos. Quando me chamaram de melíflua simpatia.
Que bom! Há palavras que nos dão outro alento.

Hoje soube-me a pouco

Esta semana, tive de tudo... soube-me a tanto e soube-me a pouco..
Soube-me a tanto porque tive um fim-de-semana diferente, tive dias de grande emoção, preparar surpresas, conversas emotivas, surpreendi e fui surpreendida.
Mas hoje, está a saber-me a pouco! O dia custa a passar, muito trabalho para fazer e daquele que exige considerados níveis de concentração, coisas pequenas, análise minuciosa, números e mais números... Até o almoço hoje me soube a pouco! 
Os olhos estão cansados deixaram o brilho lá atrás... precisam de descansar.  Talvez uma noite bem dormida e umas palavras mágicas ajudem a recuperar todo o lustre.
Hoje soube-me a pouco!



"(...)
E com um brilhozinho nos olhos
Tentámos saber
Para lá do que muito se amou
Quem eramos nós
Quem queriamos ser
E quais as esperanças
Que a vida roubou
E olhei-o de longe
E mirei-o de perto
Que quem não vê caras
Não vê corações
E com um brilhozinho nos olhos
Guardei um amigo
Que é coisa que vale milhões
E com um brilhozinho nos olhos
Guardei um amigo
Que é coisa que vale milhões
E o que é que foi que ele disse?
E o que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Hoje soube-me a pouco
Passa aí mais um bocadinho
Que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Hoje soube-me a tanto
Portanto
Hoje soube-me a pouco"
Sérgio Godinho - Com o brilhozinho nos olhos

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Parabéns!

Porque todas as datas têm de ser comemoradas...


Um ramo de tulipas,
Uma caixinha de croissants do "Careca do Restelo",
Uma serenata
Um abraço e beijinho no final do dia
E estão aguçados os 5 sentidos (Visão, Olfacto, Paladar, audição e tacto)!


Parabéns Nica!!!

Um ramo de flores

Reza a história que a simbologia da flor remete para as profundezas da Humanidade. Cada cultura e cada povo dá um alento diferente a esta espécie da natureza. Para os Japoneses significa o desenvolvimento interior, para os Aztecas as flores estavam associadas aos deuses e à criação mas já para os cristãos simbolizavam a perfeição espiritual da alma (o paraíso e a infância). A flor de Lotus está para o Oriente como a flor de Lis está para o Ocidente, ambas emergem de solos aquosos e estão associadas à água e à Lua.
Muitos são os significados que lhe atribuem e dizem estar muito associada ao feminino, ligada ao elemento água e ao planeta Lua e, consequentemente, à criação, à fertilidade e ao nascimento. Porém, os simbolos que melhor lhe assentam são o da beleza, da perfeição, do amor, da glória e da alegria, como a entrega a Deus, a evolução espiritual e a da própria alma.

Para mim, sempre teve um significado especial, é o símbolo de dar e receber, é a possibilidade de colorir momentos únicos, de combinar sentimentos e transmitir mensagens como se uma carta se tratasse. A mim... alegra-me!

Recebi um ramo... tinha 9 flores e como todas as flores têm um significado para além daquele que nós damos, aqui fica o resultado de uma pequena pesquisa:

1 antúrio: Formato que lembra o coração, ajuda a libertar de velhos pensamentos e de saudades que te atormentam. Como é uma flor que possui uma abertura vistosa e bem marcante para a frente, o antúrio mostra-nos sempre a importância de caminhar em direcção ao futuro e de nos libertarmos do passado.
2 rosas: Sinal de amor, respeito, amo-te
6 flores verdes(cujo nome não consigo descobrir)

Obrigada!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pequenos nadas

Atitude, iniciativa, paixão, luta, vontade, querer, ajuda, amizade, força, união, amor...


Cada vez mais acredito nos momentos, acredito que são os pequenos gestos e as pequenas atitudes que fazem a nossa vida ser grande. 
Aquilo que fazem por nós sem esperarmos, aquilo que fazemos sem que o outro espere.
Aquilo que torna uma simples fracção de segundo diferente de todas as outras, aquilo que faz o nosso coração palpitar de incrédulos, aquilo que nos faz querer congelar o tempo, aquilo que nos faz chorar com um sorriso nos lábios, aquilo que dá cor ao que só víamos a preto e branco, aquilo que nos deixa sem palavras, aquilo que torna mágico sem truques e aquilo que que não mais esquecemos toda a vida... são os pequenos nada que acabam por ser tudo... são os pequenos nadas que nos fazem dizer: Hoje estou feliz! Obrigada a ti!


A vida é feita de pequenos nadas...

O nosso trabalho, é a nossa paixão

"Há quem me ache arrogante por dizer aquilo que penso,
por me considerar o melhor, o número 1, mas não é exactamente assim.
Eu não sou o melhor, mas ninguém é melhor do que eu.
Simplesmente entrego-me de alma e coração aquilo que faço.
É isso que temos em comum.
Quero dizer-vos em primeira mão, que a partir de hoje, também eu sou Millennium.
Hoje não posso estar aí convosco no pavilhão atlântico, mas também faço parte da vossa equipa.
Partilhamos o mesmo espírito de vitória e entramos sempre para ganhar.
Eu no campo, vocês nos vossos locais de trabalho.
Temos sempre a ambição de ser os melhores.
É por tudo isto que me sinto Millennium, e estarei ao vosso ado todos os dias para vos ajudar a vencer.
O nosso trabalho é a nossa paixão."

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Valentine's day!

Estou nas tuas mãos...
Este papel é o meu corpo
Esta tinta, o meu sangue
Este poema, sou eu!
by Cyrano de Bergerac

Fim de semana very british!!!

Em véspera de Valentine's day nada melhor que passar o fim-de-semana em terras de príncipes e princesas, onde reinam histórias próprias destas personagens, repletas de sonhos, magia, a tragédia e drama que lhe são conhecidos, mas que mesmo assim nos transportam para um mundo cheio de encanto.
Estive em Londres. Já lá tinha estado, faz um ano. Desta vez fui conhecer o menos corriqueiro. Gosto desta cidade, ruas que apesar de escuras estão limpas, rede de transportes fácil, a leitura acompanha as pessoas nos transportes, ninguém se conhece mas a receptividade é muita. Parecem não existir preconceitos. Desde um pacífico hippie ao obscuro do gótico, do vanguardismo do travesti ao requinte do chique, do desalinho do desarrumado à perfeição do arranjadinho, do sem-abrigo à estrela de cinema ou futebol, todos são bem recebidos, todos acabam por se sentir iguais. Creio que isso é uma das grandes características dessa cidade, o não preconceito. É terra de toda a gente, de um misto de culturas apesar de vigorarem os valores dos ingleses. É o contraste da soberania da rainha ao não preconceito do povo. Gosto de ver as pessoas na rua com cappuccino ou um latte na mão, gosto das bandas a tocar na rua, gosto das montras, gosto das mensagens no metro, gosto dos táxis, gosto do Harrods, gosto de passar à frente de bons hóteis e sonhar que hei-de lá ficar, gosto de andar nas ruelas e tirar fotos a tudo e todos, gosto do entretenimento na rua, gosto dos musicais, gosto de ruas coloridas e agitadas e gosto da tranquilidade dos parques, gosto do jantar cedo pois permite-nos ter tempo para fazer ainda muita coisa, gosto de ver os miúdos londrinos bem educados... 
Os londrinos são frios mas educados. Num dos autocarros londrino, encarnado, de segundo andar, estava um casal idoso. Eles achavam graça às raparigas que iam sentadas. Perguntaram de onde eram. "Somos de Portugal, estamos de passagem". Disseram-nos que viviam perto do Harrods. Tão educados. Ele muito bem posto, gravata escura, sobretudo, luvas... ela também. Achei que caracterizavam muito bem  cidade.

Outra cena que adorei, numa visita a Covent Garden (onde foi filmado o My Fair Lady). Uma praceta rodeada por pequenas lojas de souvenirs. Praceta essa repleta de mesas e cadeiras em jeito de esplanada. estava lotada. Nessa praceta, uma banda fazia a sua música acompanhar o chá que cada um tomava. Era delicioso. O chá tinha outro sabor. Mas essa banda, onde tocavam violino, violão, etc... não estava só a animar, também queriam ganhar dinheiro com a venda dos seus cd's. As moedas no chapéu eram poucas, até que um dos músicos decide animar as coisas de outra forma, interage com o público, fá-lo apaixonar-se por ele ao ponto de ninguém lhe conseguir recusar um cd.
É essa magia que essa cidade tem, é a capacidade de nos fazer apaixonar por tudo, sem preconceito.

Um dia, num jantar ouvi uma pessoa falar sobre aquilo que na sua opinião fazia distinguir Paris e Londres. 
Paris, uma mulher vivida, com muitas histórias para contar, sabedoria, requinte, de lábios vermelhos...
Londres, uma teenager, com muita vida, energia, que procura aventura, cabelos pintados, coloridos e lábios pink...


Obrigada nica, pela viagem!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Beijar O MUNDO

"As espécies mais notáveis de todas vivem nos lugares mais selvagens da terra lutando para sobreviver".

É a diversidade cultural que dá sentido à humanidade mas é a luta pela sobrevivência e a sistemática tentativa de superação a si próprio e à natureza que fazem do Homem aquilo que ele é hoje. Porém a Natureza é uma força e, como todas as forças, tem a capacidade de alterar o estado das coisas e deformá-lo. A força da natureza é eterna assim como muitas paixões humanas.

Desfrutem bem deste pedaço: 

BBC - HumanPlanet

Foi por pouco...

Junho de 2010. Londres. Chelsea. Dia solarengo. Era sexta-feira, por volta das 18h. Ela e ele estavam à porta do estádio de Stamford Bridge. Não se via ninguém. "Ora bolas, querem ver que está tudo fechado e já não dá para ir visitar. Tanto tempo para chegar aqui e agora até a loja do estádio já fechou", diz ela. Ao lado do estádio estavam dois hotéis  "Millennium & Copthornes at Chelsea Football Club Hotel" onde estavam alojados jogadores de ténis devido ao torneio de Wimbledon que se ia realizar nos próximos dias... havia um outro hotel colado ao estádio. Ele lembra-se que ali perto há-de existir um hotel português e trata de perguntar aos seguranças que por lá rondavam, ou melhor, ele num "portinglês" e ela completava. Até que ele decide ter dor de barriga. "Mas não consegues aguentar?". "Não consigo". "Mas agora queres ir onde, está tudo fechado?". "Vou ali ao hotel". E foi. Já ela ficou com o segurança. Conversa puxa conversa sobre o tal hotel português (um do Grupo Pestana), eis que o segurança diz "Tenho um colega que é português talvez ele saiba, por isso podes subir (à casa dos seguranças e perguntar-lhe)". Assim foi, ela sobe as escadas de uma pequena casa branca que servia de serventia ao estádio dos campeões. E ele no toilette do hotel. O segurança português veio ao encontro e lá começaram a falar. "O hotel Pestana Chelsea Bridge, é em Chelsea mas ainda é longe daqui". Saímos da casa dos seguranças e fomos para a rua. Ele na toilette. "Então e a loja já fechou". "Sim, mesmo agora às 18h. Sabe pensei que você fosse tenista, é parecida com as tenistas. Agora vai haver o torneio de Wimbledon e muitos tenistas ficam neste hotel, pensei que também viesse ficar". "Por acaso jogo ténis mas não é neste torneio... por acaso está cá o presidente russo?". "Sim, deve estar a sair entretanto". "E as visitas ao estádio já terminaram?". "Sim, também já encerraram, era até às 18h, mas se vocês quiserem visitar eu até vos faço uma visita guiada mas tem de ser já". Entretanto já tinham passado 15 minutos. Raios da dor de barriga. Ela liga-lhe. "Então onde estás?". "Estou ainda aqui, tenho uma grande dor de barriga". "Logo agora, que coisa bonita, estou aqui com o segurança Paulo, diz que o Abramovich vai sair agora e que nos faz uma visita ao estádio mas tem de ser já já". "Não consigo ir já, que dor de barriga". "Olhe Sr. Paulo, ele está com dor de barriga, vamos ter de esperar um pouco". Ele riu-se. Enquanto ele não chegava, ela conversava com o segurança...bem simpático e atencioso... inevitável não falar de José Mourinho. Ele chega. "Desculpem, estava mesmo aflito" (como se já conhecesse o segurança). Em segundos já eram os melhores amigos. "Agora já não vão ver o russo, já saiu!". Ora bolas, maldita dor de barriga. Restou-nos a visita ao estádio, bem acompanhados e com explicações de quem viveu e vive com as personalidades daquela casa emblemática. Não deixámos de fazer a visita ao estádio com um sorriso gigante mas aquela do russo sair e ele na toilette. Que má altura para se ter dor de barriga! 
As melhoras!

Happiness is a choice

As pessoas que me fascinam, são aquelas que têm muitas histórias para contar e mais ainda quando são histórias de sucesso  por tudo o que passaram, o que ultrapassaram e venceram. Todos nós somos os protagonistas de uma história. Todas as nossas atitudes, escolhas foram as peças para que hoje possamos dizer "eu tenho uma história"... toda a gente tem algo para contar de si e isso pode tornar-se uma grande lição de vida. Agora não vou contar a minha mas uma história de vida que me perturbou, de uma concorrente do reality show "Biggest Loser", a Abbey. Esta concorrente para além de lutar contra a sua obesidade, procura não desistir de ser feliz e porquê? Era um casal jovem, na casa dos 30. Ela estava em casa. Já o marido ia levar a filha, de 6 anos, à aula de ginástica e a acompanhá-lo estava o outro filho recém-nascido (duas semanas e meia). Os 3 iam de carro quando um outro, a 160Km/h, embate neles. Perdeu a família, filhos e marido. A mágoa que carrega todos os dias, até ao fim da sua vida, é esmagadora. Abbey disse "para estar viva e aqui, é porque existe um motivo". Ela luta todos os dias para ser feliz, mesmo depois de tudo o que lhe aconteceu e apesar da sua história continua a afirmar a pés juntos "a felicidade é uma escolha". Agora prepara-se para mais uma perda na sua vida, mas desta vez uma perda que a vai tornar mais feliz e bem mais saudável -  a do peso físico.  

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aquela passagem de ano em roma...

Roma. 31-12-2009. Chegados à estação Termini. Chuviscava. Não se sentiam os chuviscos, porque o olhar trespassava as gotas de água. Bem agasalhados. Bilhetes. Mapa e um papel amarrotado com a indicação do UNA Hotel. Ela sempre preparara bem as viagens... é organizada. Eram escassas as horas até às das famosas badaladas que dariam início a um mundo de promessas deliciosas, desejos infinitos e juras maravilhosas. O tempo corria. Eles também. Malote em punho, bagagem a rolar pelo chão de alcatrão negro mas que brilhava pela água da chuva que o cobria. Sempre adorei a iluminação nocturna, aquele amarelo cansado dos candeeiros que contrasta com a vida que dá à escuridão. Chegados ao hotel, maravilharam-se, bonito e com classe, estavam encantados. Eram 21h. Arranjaram-se. Ele de fato, azul bem escuro com riscas tão ligeiras que mal se viam, já ela não se comprometeu e o vestido era da cor mais escura do espectro. O Gallura esperava por eles. Bem, o Gallura e os táxis, porque em dia de confusão não há taxímetro... o preço é negociado antes de entrar no táxi e é a olho. Ele como sempre regateava e procurava o táxi com o orçamento certo... até que encontrou um que não era à medida mas já era de mais agrado. Ai aquele restaurante, o tal, o do Clooney... o que nos rimos com os pratos e mais pratos, anti-pasta, pasta 1, pasta 2, pasta 3... não tinha fim. Os italianos são bons garfos. E, em jeito envergonhado olhava-se para as mesas do lado, para saber o que escolher. Esses vizinhos seguiram a ordem da ementa enquanto nós fizemos a nossa ementa... e foi uma sorte não termos começado pela dessert. Sem saber, lá se pediu uma entrada e um prato principal, acompanhado por um sumo especial. Não costumam beber vinho, nunca se habituaram muito bem. Ela por vezes arrisca, para que o cenário fique mais composto, agora ele é anti-Baco e, caso adira, o copo é capaz de durar o jantar todo. Em terras dos deuses, é um pecado não nos sentarmos com Baco à mesa. Reza a história que era grego e fora adoptado pelos romanos. Ele não era só o deus do vinho como também o rei dos excessos e as suas festas eram designadas bacanais. Mas eles ficaram-se pelo sumo especial.
Os chuviscos lá fora continuavam. Aproximava-se o virar de ano. Ficou-se por ali. As conversas à mesa eram de admiração do sítio onde se estava, eram com a mesa do lado, planeava-se o resto da noite e o dia seguinte, relembravam-se as viagens anteriores, as primeiras eram bem mais modestas. E os parabéns.
2010. Tchim-tchim. La salute. Buon Capo d'anno. Havia passas. Eram ao todo 24...12 para cada um, tantos desejos. Ela repetiu alguns, na esperança que se realizassem mais depressa ou para dar mais força pro caminho. Já ele, acredito que o último desejo era para não pagar a conta.
Mas tramou-se, não só pagou €250 como deu €50 de gorjeta.

Benvenuti a Roma!!!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


"O amor é quando a gente mora um no outro."

Mario Quintana

Há dias de sorte...

Hoje senti que existe o oposto... mas também senti que existe a sintonia das almas que só parecem ser gémeas.

Chamo-lhe sorte... porque para mim sorte está na sintonia entre as pessoas em jeito de coincidências, naqueles princípios e valores lamechas que muitos nem sabem que existem, está no que nos aproxima, na força que se transmite e na tranquilidade que se transparece.... a sorte está na verdade, na humildade e no respeito. A sorte está na beleza de uma amizade e na estima do amor. está no suor da labuta e nas lágrimas pela conquista.

Eu chamo sorte a todos aqueles que passam e ficam na minha vida... a sorte de eu os ter conhecido e de fazerem parte das pessoas que mais gosto e que não substituo por ninguém. Tenho a sorte de todos os meus amigos serem pessoas excepcionais. Que se riem do mesmo que eu e que choramos juntos, que fazem com que o tempo não passe pela amizade, nem que as pegadas na areia sejam apagadas pela força do mar. Que fazem os momentos valer a pena e que dão força para outros mais. 

Hoje Beatriz, tínhamos tanto para contar... o tempo passou... pareceu tão rápido... ainda bem. Não estou enganada e sinto-me com sorte.

Aqueles opostos que me inquietam deram lugar à tranquilidade... agradeço-te!
Hoje vou dormir descansada, porque tenho a certeza que a sorte não é só minha é também dos outros que têm um pedacinho de mim. Afinal também é sorte para vocês que me acarinham. Que presente!


Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis


Com carinho,

JCosta


Os Opostos

Hoje sinto que existe oposto. Sinto que puxo para um lado e tu para outro, olho para cima e tu teimas em olhar para baixo. A calma é substituída pela agitação e o frenesim toma conta da concentração. A esperança lá tropeça e ergue-se a incerteza. O coração ganha um ritmo acelerado de inquietação e nas veias o sangue não corre, ele foge. 




Sou a temperança que acalma
Tu és a explosão que fulmina
Somos dois ritos duas almas
Faróis com olhar que ilumina

Um voa no pouso que constroi
O outro na aventura andante
Naquele a base que não destroi
Neste um passageiro ambulante

Faço da vida uma inspiração
Viagem única sem retorno
Fazes do eterno a contramão
Das benesses raro estorno

Somos como o sol e o luar
Um clareia o outro, fita o mar

Sónia Nogueira





E é nos dias de opostos que me vem à cabeça que esta é a nossa vida, uma só, e que é divina e por isso devemos viver cada segundo como nunca mais... 

As palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Beijar O TAL

Tal... tal... tal... t-a-l


Que palavra esta que de forma isolada me parece tão estranha mas que juntando com um artigo bem definido - o tal - tem o poder de nos fazer sonhar, suspirar e sentir aquelas borboletas na barriga. "O tal" que sem mim está incompleto e comigo passa a inteiro, "o tal" que está ao lado mesmo quando só basta o olhar, "o tal" que nos faz sair mais cedo de onde estamos e chegar mais tarde onde devíamos estar, "o tal" que nos surpreende quando o aniversário e o natal estão longe, "o tal" que nos desassossega, inquieta nem que seja com uma mensagem em branco, "o tal" que nos tira os pés do chão e que substitui a nossa razão pela emoção, "o tal" que se espera sempre à espreita e que espera sem espreitar... 
Aquele que nos magoa, tritura os sonhos e que arranca pétala a pétala do bouquet idealizado, esse não é o tal... 


Então e quem é "o tal"?


Se não sabes quem é "o tal", então espera...


"Espera pelo tal que te chama linda em vez de boa, que te chama de volta quando desligas na cara dele, que ficará acordado só para te ver dormir. Espera pelo tal que te beija a testa, que te quer mostrar ao mundo quando tu estás perto dele, que segura a tua mão em frente aos amigos. Espera pelo tal que te lembra constantemente o quanto se preocupa contigo e o quão sortudo é por te ter. Espera pelo tal que se volta para os seus amigos e diz: é ela" - J Campbell


Até podes ser tu... quem sabe!!!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Vencida pelo cansaço...

Apercebi-me que ao longo da minha vida em muitas situações fui vencida pelo cansaço.
São diversas as vezes que somos confrontados com situações em que damos a mão à palmatória e admitimos ser vencidos pela razão, justiça, coerência... porém e quando o cansaço sai vitorioso, quando os argumentos não são válidos, há incongruência nas atitudes e acções e a genuinidade da razão é substituída por um egocentrismo e narcisismo tal?

É quando estamos cansados que dá mais vontade de dizer sim, para que tudo passe e se esqueça rápido.

Há cansaços horrorosos, daqueles que nos sufocam e que nos assombram o resto da vida, são os cansaços da emoção. Podem não pesar como os cansaços físicos, nem ser tão inquietantes como os do conhecimento ou nem ser tão  solitários como os da ausência ou até mesmo desesperantes como os das promessas, mas são aqueles que nos fazem sentir todos os outros. Fazem-nos sentir o peso do físico, a inquietação do conhecimento, a tua ausência e o desespero das promessas por cumprir... ao cansaço dos sonhos chamam-se insónias e não noites em claro. Tinha 15 anos. Frequentava o 10º ano. Estava nas bancadas do pavilhão da escola a observar as aulas de ed.física que por lá se davam. Não me recordo para quem olhava. Mas depois ouvi um desabafo, em jeito de um amor não correspondido, de quem estava sentado atrás de mim: "...passo as noites em claro por aquela rapariga". Para mim, noites em claro é não dormir por se sonhar acordado e não pelo cansaço dos pesadelos.

Já fui vencida pelo cansaço... agora só quero ter noites em claro!


Fernado Pessoa

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço..."

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Beijar O MELHOR DO MUNDO

Hoje vou beijar-te... 
Para mim és o melhor do mundo!

Beijar porque ACREDITO

Eu acredito que mais cedo ou mais tarde quem segue uma linha de conduta com princípios íntegros, de respeito, com verdade e muita coisa boa para dar, vê o seu empenho e dedicação recompensados. Quem só espera receber, o reconhecimento é sol de pouca dura!
E porque o acreditar tem a força e o peso que lhe atribuirmos,eu acredito que há-de acontecer e eu hei-de conseguir. Pena nem todos acreditarmos na coisa certa.
Eu acredito!