terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aquela passagem de ano em roma...

Roma. 31-12-2009. Chegados à estação Termini. Chuviscava. Não se sentiam os chuviscos, porque o olhar trespassava as gotas de água. Bem agasalhados. Bilhetes. Mapa e um papel amarrotado com a indicação do UNA Hotel. Ela sempre preparara bem as viagens... é organizada. Eram escassas as horas até às das famosas badaladas que dariam início a um mundo de promessas deliciosas, desejos infinitos e juras maravilhosas. O tempo corria. Eles também. Malote em punho, bagagem a rolar pelo chão de alcatrão negro mas que brilhava pela água da chuva que o cobria. Sempre adorei a iluminação nocturna, aquele amarelo cansado dos candeeiros que contrasta com a vida que dá à escuridão. Chegados ao hotel, maravilharam-se, bonito e com classe, estavam encantados. Eram 21h. Arranjaram-se. Ele de fato, azul bem escuro com riscas tão ligeiras que mal se viam, já ela não se comprometeu e o vestido era da cor mais escura do espectro. O Gallura esperava por eles. Bem, o Gallura e os táxis, porque em dia de confusão não há taxímetro... o preço é negociado antes de entrar no táxi e é a olho. Ele como sempre regateava e procurava o táxi com o orçamento certo... até que encontrou um que não era à medida mas já era de mais agrado. Ai aquele restaurante, o tal, o do Clooney... o que nos rimos com os pratos e mais pratos, anti-pasta, pasta 1, pasta 2, pasta 3... não tinha fim. Os italianos são bons garfos. E, em jeito envergonhado olhava-se para as mesas do lado, para saber o que escolher. Esses vizinhos seguiram a ordem da ementa enquanto nós fizemos a nossa ementa... e foi uma sorte não termos começado pela dessert. Sem saber, lá se pediu uma entrada e um prato principal, acompanhado por um sumo especial. Não costumam beber vinho, nunca se habituaram muito bem. Ela por vezes arrisca, para que o cenário fique mais composto, agora ele é anti-Baco e, caso adira, o copo é capaz de durar o jantar todo. Em terras dos deuses, é um pecado não nos sentarmos com Baco à mesa. Reza a história que era grego e fora adoptado pelos romanos. Ele não era só o deus do vinho como também o rei dos excessos e as suas festas eram designadas bacanais. Mas eles ficaram-se pelo sumo especial.
Os chuviscos lá fora continuavam. Aproximava-se o virar de ano. Ficou-se por ali. As conversas à mesa eram de admiração do sítio onde se estava, eram com a mesa do lado, planeava-se o resto da noite e o dia seguinte, relembravam-se as viagens anteriores, as primeiras eram bem mais modestas. E os parabéns.
2010. Tchim-tchim. La salute. Buon Capo d'anno. Havia passas. Eram ao todo 24...12 para cada um, tantos desejos. Ela repetiu alguns, na esperança que se realizassem mais depressa ou para dar mais força pro caminho. Já ele, acredito que o último desejo era para não pagar a conta.
Mas tramou-se, não só pagou €250 como deu €50 de gorjeta.

Benvenuti a Roma!!!

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